quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Então (e enfim) ele chegou..

Sempre imaginei que ele chegaria quando eu já estivesse mais velha, com uns 30 anos ou pouco menos, um futuro encaminhado e uma mente brilhante capaz de criar e criar coisas sempre que visse algo diferente. Ou que talvez ele nem chegasse tão cedo, mas que independente do tempo, esse tempo não seria tão próximo como foi.

Sempre imaginei também que ele seria alguém completamente diferente de mim, não importasse em que sentido. Pensei que enquanto eu seria uma jovem formada em Direito e estivesse me matando para passar nos concursos da vida, ele seria apenas uma pessoa tranquila em meio a tantas outras que só pensam em viver a vida e buscam ser feliz.

Sempre imaginei que ele seria muito mais velho que eu devido minhas experiências passadas, e que eu aprenderia muito mais com ele do que o contrário. Pensei que a cumplicidade existiria sim, mas que não seria tão mútua quanto foi. E pensando tudo isso que me assustei quando aconteceu absolutamente o contrário.

Nada, definitivamente nada foi como imaginei. Porque foi melhor, foi muito melhor. Eu não sou uma jovem formada em Direito, porque sou apenas uma jovem estudante de Direito. Eu não estou mais velha e nem tenho um futuro encaminhado, porque eu tenho apenas 18 anos e alguns sonhos em mente. E ele não é alguém completamente diferente de mim, porque ele é absurdamente parecido comigo, seja nos gostos, na faculdade que cursamos, nas metas que temos e bem, menos na aparência, mas isso não importa.

E isso tudo me traz uma felicidade tão grande, uma paz tão serena, que até hoje não fui capaz de encontrar uma palavra sequer que demonstre tal afeto. Porque tudo passa, e eu sei que até mesmo os momentos bons chegam ao fim, mas pela primeira vez em todos esses anos consegui entender o motivo pelo qual tantas pessoas passaram pela minha vida e não ficaram presentes por muito tempo.

E foi então, e enfim, que ele chegou. E chegou com tudo o que faltava em mim, chegou como quem aparentava não querer chegar, mas se instalou e fez morada em cada canto da minha vida.
E enfim ele chegou e eu entendi que tinha que ser ele, e que desse momento em diante eu faria de tudo para mantê-lo sempre por perto, não importavam os obstáculos que a vida se encaminhasse de colocar em nosso futuro tão distante e incerto.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Era clima de Natal.

Era clima de Natal, as pessoas já estavam na correria para arrumar a decoração e fazer a listinha de coisas necessárias para a véspera, e eu, como sempre, deixando mais uma vez tudo para a última hora.
Acontece que esse Natal não era igual a todos os outros, porque por mais que eu continuasse deixando tudo para última hora, por mais que eu nem ao menos soubesse a roupa que iria usar uma semana antes da data, uma coisa me fez ficar pensando por horas e mais horas.
O que me fez refletir sobre meus próprios pensamentos foi que pela primeira vez eu não estava doida para ganhar ou sequer tentar descobrir meus presentes. Parece algo bobo a ser pensado por horas, mas pra uma pessoa como eu que sempre amou essas datas comemorativas, pensar como seria e as surpresas que seriam feitas era um dos meus passa tempos preferidos de todos os anos. Ou pelo menos era, até esse.
Foi então que comecei a imaginar se pela primeira vez em tantos anos eu não me sentia completa o suficiente para acreditar que nada mais era necessário para eu ser feliz. E foi então que eu também entendi o real motivo da minha felicidade.
Esse ano eu te encontrei. E por mais clichê que pareça depositar nossa felicidade em alguém, eu queria fazer isso, e eu queria que fosse assim.
Pela primeira vez eu não me importei com a roupa que eu vestiria, com os presentes que eu precisava comprar e nem ao menos com a listinha com todos os itens que era preciso para preparar uma ceia farta e bonita. Pela primeira vez eu não me importei com nada além da felicidade que tomou conta de mim nessa época do ano. Pela primeira vez eu senti que tinha alguém do meu lado que mesmo longe fisicamente valia à pena lutar.
Era clima de Natal, e de fato era mesmo, mas só então que fui me tocar que o meu maior presente eu já havia ganhado muito antes.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Me manda nude.

Me manda nude do seu sorriso, da tua voz, dos teus olhos. Me mostra suas fotos favoritas, os filmes que você menos gosta e as músicas que você mais escuta.
Me manda nude das tuas memórias, me conta sobre a sua infância, sobre as vezes que teve vontade de chorar e não chorou, sobre as vezes que riu até não aguentar mais. Me mostra o que você tem de melhor e com um pouquinho do pior também.
Me deixa viver, te fazer viver. Permita que eu leve para longe esse medo que insiste em te assombrar, permita que as coisas boas cheguem e que nada as faça ir embora.
Me deixa entrar. Na sua casa, na sua vida, no seu meio e em todos os cantos que você for e eu também puder ir. Me deixa ficar pra sempre ou só por um momento, me deixa ser lar.
Me manda nude das tuas melhores lembranças e me deixa fazer parte delas, lembre-se disso em cada pedaço seu, é a única coisa que levamos conosco quando partimos.
Me deixa fazer parte de cada momento, ser apoio nas horas ruins e a quem você recorre nas horas de felicidade. Me deixa mostrar que independente de onde quer que eu vá, o que quer que eu faça, jamais terá graça sem você.
E por fim, me manda nude da alma, me deixa entrar em você. Me deixa entrar e só assim conseguir sentir como é viver de verdade.
Ah, e se nada der certo, não vou tomar nenhuma medida drástica. Só fica do meu lado, fica porque com você do meu lado não é complicado, fica e passa devagar a tua mão na minha cabeça, me faz perder em teu sorriso, no tom da sua voz. Toca meu coração com a imensidão e o mistério dos teus olhos e só me deixa entrar. Eu tive tanto amor um dia que ele comeu a minha paz e a minha guerra quando te encontrei.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Não deixe ela silenciar.

Deixe-a ir. Deixe-a viver e tirar as próprias conclusões de que a vida não é tão melhor sem você do lado. Deixa ela aprender sozinha que pode se virar e enfrentar os problemas como ninguém, mas que tendo você por perto é bem melhor. Deixa ela ser só dela e só assim perceber que parte dela é você.
Mas se for para deixar ela ficar, cuidado com os excessos que tanto dizem, cuidado com a famosa frase de que ninguém nasceu para ser aprisionado. E por que eu falo isso? Porque eu sei que não importa o quanto você dê amor e proteção, as pessoas precisam ser e se sentir livres.
Não implique caso ela passe horas e mais horas falando sobre o mesmo assunto, sobre o dia chato que ela teve e até mesmo daquele garoto que passou na rua e ela achou bonito. Não brigue e nem se altere caso ela sinta ciúme em excesso. E principalmente, não a critique se acaso ela surtar vez ou outra por medo de te perder.
Confesso que concordo que muitas vezes é ruim ouvir uma pessoa por horas e justamente sobre as mesmas coisas, mas acredite, o silêncio é ainda pior. Somente quando ela se calar de vez é que você deverá ter a certeza de que acabou. Somente quando ela se calar é que você perceberá que nada é mais triste do que o silêncio.
É claro que há situações em que o silêncio é bem vindo, mas o silêncio que realmente perturba é o que fala. E fala muito alto. É quando você procura por respostas nas mensagens, quando ninguém bate em sua porta, quando tudo vai ficando escuro e mesmo assim você entende a mensagem.
Não conheço muitas formas de aprisionar uma pessoa, não sei muito bem como é estar no lugar de alguém que se cansa de escutar e nem ao menos me senti livre alguma vez, mas parando para pensar, talvez o silêncio seja a maior das prisões que já conheci.
Todas as garotas estão com suas cabeças dentro de um sonho esperando que um dia ele se realize, então não seja o cara que irá destruir o sonho dela. Deixa ela aprender, deixa ela ser livre, deixa ela entender sobre o que se trata a vida, mas jamais deixe ela se silenciar, porque uma vez calada, não há choro que a faça ficar.