quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

O mesmo vento que te leva.

O vento que te leva para longe pode ser o mesmo que te trará de volta. Às vezes é necessário seguir em frente sem olhar pra trás carregando apenas pequenas bagagens rotuladas como sentimentos. Ou pelo menos é assim que deveria ser.
Nem sempre as coisas saem da forma como imaginamos ou até mesmo queremos e não temos escolha senão caminhar por outros caminhos que trarão diferentes oportunidades. Mas quem disse que essas oportunidades não podem ser boas? Aliás, quem disse que até mesmo quando algo ruim acontece, não conseguimos tirar uma lição boa disso?
Já perdi muitas pessoas, acredito que você também. E não foi perder pelo fato delas morrerem, foi um perder pouco menos doloroso mas que deixa um vazio tremendo dentro da gente. É o perder presente, perder sabendo que a pessoa simplesmente não se importa mais ao ponto de não fazer questão de você.
Mas já perdi coisas também, e quantas coisas! Quem nunca perdeu provas, horários, compromissos ou até mesmo algo importante que poderia mudar a vida para sempre? E é exatamente aí que a gente vê que as coisas sempre acontecem com algum propósito.
Pode ser que o vento sopre de formas diversas e você sinta que tudo está contra você. Pode ser também que você fique tão aflito que queira desistir e pensar que nada mais faz sentido ao ponto de lutar. Mas lembre-se: esse mesmo vento pode te trazer de volta. E bem, se acaso não trouxer, você já sabe, há males que sempre vem para o bem.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Ensaio sobre ela.

Ela não é o tipo de mulher que atrai os homens pelo padrão que a sociedade impõe, também não é daquelas que não faz o tipo de ninguém porque incrivelmente alguns se interessam por ela. Ela é a famosa meio tipo.

Ela não é totalmente caseira e não dispensa uma balada, mas em algumas sextas ou sábados as festas são trocadas por longas horas na frente do computador assistindo Netflix e tomando sorvete de morango.

Ela é diferente. Não diferente de todas as outras, mas um diferente que a torna única por apenas um motivo: ser ela mesma o tempo todo. O tempo todo enquanto prefere escutar músicas antigas do velho e bom Chico e não o som dos DJ’s que estouram por aí; o tempo todo quando troca seus vestidos de festa por uma camiseta que vai até embaixo dos joelhos mostrando que ela não é somente corpo; o tempo todo enquanto algumas preferem se desligar do mundo e ela faz o mesmo, mas sempre estando conectada consigo mesma.

Ela é dela. E não é somente dela nas horas que está em casa sozinha. Ela é dela em todos os momentos, desde quando fica pensando nos próximos textos que irá escrever até o horário que seu amor chega para fazer companhia. Ela é um poço de qualidade e defeito tão incalculável que isso faz com que ela seja dela, sem que ninguém consiga cavar tão afundo sua alma e chegue a conhecê-la por completo.

Ela chuta parede, bate no travesseiro quando está com raiva, corre pelos cantos da casa feito louca e vasculha até encontrar o que deseja. Tem mais fases que a Lua e se você não estiver disposto a pagar pra ver, aqui vai o meu maior e melhor conselho: corre enquanto é tempo.

Ela é tão ela e tão dela que é capaz de conseguir o que quer custe o que custar. E não tente aprisioná-la, uma vez que o faça você conhecerá a fúria de uma pessoa indomável. Mas ela vale à pena, viu? Eu mesmo tive a sorte de tê-la por perto. Mas eu deixei escapar minha chance, e me arrependo, como me arrependo..

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Mesmo sem ser.

Realmente nada do que vivemos tem sentido se não tocarmos o coração das pessoas. E já dizia Cora Coralina, mas eu iria além. Talvez as coisas tenham menos sentido ainda se essas pessoas forem as que amamos.
Venho pensando dessa forma e me questionando há tempos, e já faz dias que acordo e meu primeiro pensamento é apenas ele. Digo ‘ele’ porque seria atrevido demais da minha parte dar nome aos bois e dedicar de fato esse texto a uma pessoa. Indiretamente é, mas nem todo mundo consegue entender. 
Cai a noite por aqui e tudo o que consigo pensar é o que ele está fazendo, quanto tempo levou para arrumar as coisas e se vai tudo bem.
E leva tempo, mas finalmente aqui já é madrugada, e parece que nossas almas se ligam, mesmo sem querer. E nossos corpos falam mais alto como se nada mais que estivesse ao redor importasse. E ele me escuta falando da minha vida como se já me conhecesse por inteira mesmo sem entender. E aí é madrugada, mas parece que o tempo para toda vez que eu o vejo.
E no outro dia eu corro pra saber como andam as coisas, se ta tudo bem por aí. E eu sei que o mesmo acontece porque só você não vê que a gente já é um, mesmo sem ser.
E a gente já é um porque eu te entrego meu coração e todas as outras coisas também, e deixo você ser bagunça pra no final arrumar todas as coisas e fazer morada. E porque são nos gestos, nas falas, perto ou longe que todo mundo vê que a gente já é um antes mesmo de ser.
E talvez eu devesse tomar cuidado e me preocupar com as coisas que não vão dar certo, mas quem pode garantir isso quando até mesmo o presente é tão incerto?
Acontece que hoje, independente, te deixo meus pensamentos, meus carinhos, dramas e melancolias, e a certeza de que por mais que você ainda não saiba, nós nos tornamos um, e é difícil deixar de ser.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

6/365.

6/365. Seis dias que um novo ano começou, e eu? Eu ainda conservo velhas e longas expectativas de anos passados.
Dia 6, as coisas ainda andam meio paradas por aqui e tudo parece uma grande espera silenciosa que insiste em permanecer no meu peito. São tantas promessas e planos que fica difícil saber por onde começar.

Escolhi começar por me tornar indeciso. Sim, parece estranho quando o que se espera são respostas e novas oportunidades, mas eu escolhi ser indeciso. E o motivo? Por simplesmente saber que ser indeciso não é sobre não saber amar, fazer escolhas ou decidir entre ficar ou partir.

E quem disse que viver na indecisão é ruim? Eu posso escolher entre querer sumir e viajar por aí e logo depois voltar, posso escolher entre talvez pintar o céu de azul, mas por que não de amarelo também? Eu escolhi começar me tornando indeciso por simplesmente encontrar a mesmice em todas as outras pessoas que me cercavam com suas dúvidas cinza enquanto eu só queria ser colorido.

E acredite se quiser, isso nem chega perto de ser ruim, e talvez seja até o grande segredo para se viver mais leve. Porque tem sido fácil. Quer? Ótimo. Não quer? Bom também. Eu tenho levado a vida numa boa, sendo sincero comigo mesmo e com um sorriso verdadeiro de ponta a ponta. E tem dado certo. Mas quem foi que disse que não dá pra ser assim e ainda carregar velhas expectativas?

O mundo pode parecer difícil demais para viver assim, mas quem foi que disse que você não pode criar seu próprio mundo? As coisas vão acontecendo conforme suas escolhas e não é sua obrigação correr contra seu próprio tempo para obter respostas. Só que hoje ainda é dia 6, e quem foi que disse também que em 359 dias eu não vou mudar de ideia?  Tá aí o preço que se paga por gostar de viver na indecisão. E eu gosto, ah como gosto.